Larissa, Maisa, Meus 15 anos e machismo...

Maisa e Larissa Manoela: ícones teens dessa geração

Beatriz é uma garota de 14 anos que existe em todas as escolas - a própria personagem se apresenta dessa forma, logo na introdução do filme Meus 15 anos, em cartaz nos cinemas brasileiros. Ela é tímida, nada vaidosa, se esconde atrás dos óculos e de seus medos. Sua maior realização é passar sem ser vista pela multidão.

A solidão da garota só é atenuada pela presença do pai, que faz de tudo para suprir a ausência da mãe, falecida há muitos anos, e do amigo, Bruno.

Beatriz (Larissa Manoela), ao centro, é a protagonista de Meus 15 Anos

Toda a segurança em que a Beatriz vivia é colocada à prova quando ela ganha uma festa de 15 anos, com a qual nunca sonhou, mas que se torna fundamental para arrancá-la de seu mundinho e alçá-la ao posto de garota mais popular da escola. Isso marca uma reviravolta na sua vida: ela é obrigada a enfrentar seus medos, encarar detratores, se expor, pela primeira vez, e conhecer uma face que nem ela mesma sabia ter.  

O enredo do filme, baseado na obra de Luly Trigo, parece o de qualquer comédia adolescente norte-americana, e me vem a cabeça muito fortemente o clássico Meninas Malvadas (Mean Girls), estrelado por Lindsay Lohan, na década passada. mas consegue passar uma mensagem até bem profunda, tendo em vista o público ao qual se destina.

Larissa Manoela está impecável e consegue traduzir todas as nuances da personagem, se despindo de sua vaidade e espontaneidade características.

Diversas cenas do longa chamam a atenção por lembrar fatos vividos pela personagem Hannah Baker, na super falada série da Netflix, 13 Reasons Why, mas, calma: não há suicídio aqui. Beatriz passa por outros tipos de transformações.

E a Anitta participa do filme! Quer mais motivos para assistir?

Mas, por que eu estou falando sobre Meus 15 Anos aqui?

Para falar sobre machismo!

Fui assistir o filme porque considero que Larissa Manoela é uma das grandes estrelas teens dessa geração. Ela tem  potencial para ser uma das próximas popstars e atrizes de sucesso no País e, se for bem assessorada, pode chegar longe, pois tem talento. No entanto, há uma coisa que pode ofuscar o brilho da menina: o machismo.

Maísa, sua colega de emissora, mitou na resposta que deu ao projeto de jornalista, Dudu Camargo, (que não deixa de ser vítima de um sistema) e ao sem noção do Silvio Santos (biografia e idade não são justificativas para falar besteira em rede nacional). No entanto, a onda positiva que recaiu sobre a estrela, mostrou uma faceta pouco acolhedora em relação à Larissa.

"Maísa está certa, tem que focar nos estudos e na carreira. Não tem que ficar namorando todo mundo, igual à Larissa Manoela".

Maísa está realmente certa. Os homens têm que aprender que "não" é "não". Se ela quiser namorar agora ou com 20 anos, é um direito dela. Assim como é um direito de Larissa namorar com quem quiser, quantas vezes quiser. Ela é uma adolescente, oras. A única diferença é que sua vida está sob os holofotes. 

Penso que Maísa e Larissa são exemplos para as meninas, sim. Exemplos, inclusive, de autoconfiança, que é algo determinante na vida de muitas adolescentes.

Se a Beatriz, do filme Meus 15 Anos, tivesse como referência uma das duas artistas, talvez fosse mais segura em relação a sua imagem ou aos seus sentimentos.

No mais, encerro indicando que vá ao cinema e assista ao filme, ou espere chegar à Netflix. Apesar da temática adolescente, nós adultos também temos muito o que aprender com a história :)

Serve para a Maisa, para a Larissa e para todos nós :)