A Magia Existe - Parte 2

A primeira escolha que eu tinha que fazer no dia era se queria meu café com bacon ou salsicha. No entanto, não era uma salsicha como a que conhecia, do Brasil. Era bem...diferente. Isso fez com que eu ingerisse bacon por quase 18 dias. 
O café da manhã em Miami tinha uma bela vista para Miami Beach (ou Miami Bitch, para os abusados, como eu). Era possível ver alguns hóspedes mais animados, com seus drinks à mesa, antes das 10h da manhã, ou nós, comportados, tentando descobrir como deixar o café aguado norte-americano mais tragável.
Essa é uma das inúmeras lembranças da viagem, que quero imortalizar por meio das palavras. Convido-os a dividir comigo essas memórias, nas linhas a seguir. 
Se eu fosse dividir a viagem por experiências, certamente levaria meses para colocar tudo no papel. Isso sem contar a memória, que já começa a falhar em alguns detalhes e eu preciso recorrer a fotos e check-ins no Facebook para lembrar (santa tecnologia).
Estruturei o texto como um diário de bordo, mas com dicas, para quem quiser conhecer a terra da magia e também a da ferveção (Miami, no caso). Se quiser se aprofundar, recomendo que visite o Vai pra Disney?, que é muito completo e nos ajudou bastante durante toda a viagem. 
Enjoy :)

It's Miami, bitch
O sol de Miami, a colônia latina dos Estados Unidos, queima de verdade. Mais do que qualquer sol ao qual minha pele tenha sido exposta. Já faz mais de um mês que eu voltei e a marca de sunga ainda está aqui. 
As pessoas são animadas o dia todo e a palavra happy hour já começa a circular pela Ocean Drive a partir das 16h - todos os dias da semana.

Locomoção
A cidade de Miami não foi feita para pedestres. Os carros ostentação que circulam pelas ruas deixam isso bem claro. Como o estacionamento de hotéis é caríssimo - os táxis, nem se fala - usamos o Uber para todo lado lá e vale a pena. Não sei se é rentável para o motorista, pois viajávamos longas distâncias por um preço bem baixo, mas para o passageiro é uma mão na roda, com certeza. É só achar um Wi-Fi liberado e chamar seu carro.
Miami Beach é mais amigável para caminhar.
Se for dirigir, sugiro que baixe o Here, que é uma espécie de Waze, mas funciona off-line e é muito melhor. Utilizamos ele em Orlando e conseguimos nos virar bem. Exceto pelo ponto de que como não é on-line, não conseguíamos desviar previamente de congestionamentos. O dia em que ficamos presos na estrada, por causa de um vazamento de gás, por mais de uma hora será inesquecível.

Cultura em Miami

O museu Vizcaya talvez não seja conhecido pelo grande público que visita a cidade, justamente por se tratar de um ponto que não combina com Miami. 
A residência de James Deering é baseada no estilo renascentista italiano, com diversas influências europeias. Quem já esteve em Paris, ou arredores, se sentirá familiarizado. 
Para manter tudo no sol escaldante da Flórida, algumas adaptações foram feitas no projeto original, inclusive nos lindos e imensos jardins. Vale a pena conhecer para ver uma Miami diferente.
Visitamos o famoso Pérez Art Museum também, mas o acervo é bem simples, quando comparado aos museus europeus e paulistanos. Vale pelo prédio, apenas. 
Adendo: Sim, há Romero Britto na cidade toda. Não, não compramos nada dele. 

Pontos altos
O passeio de lancha foi outro programa muito bem aproveitado. Com garantia de muita - muita - água e adrenalina, o passeio leva os visitantes para conhecerem as grandes mansões de Miami. Segure-se bem e não leve nada que estrague com água.
O primeiro restaurante da cidade, S&S Dinner, hoje é um "PFão" beira de estrada, mas com o prato mais saudável e saboroso que eu comi na cidade. O clima é daqueles filmes antigos e você fica com a sensação de que a qualquer momento entrará alguém ali para uma cena de ação, mas não é o que acontece. A visita é válida durante o dia, pois ao entardecer os arredores ficam meio sinistros.

Noite
O ponto alto de South Beach é a noite. E não apenas aos finais de semana. Passamos alguns dias lá e a Ocean Drive, em que estávamos hospedados, ferve bem todo dia. 
A rua LGBT da Ocean Drive tem apenas um bar temático. Sim, só um bar. No entanto, fomos à balada Twist, bem no fim de semana de lançamento de Perfect Ilusion, da Lady Gaga e foi maravilhoso.

Alimentação
Os jantares em Miami foram do básico ao memorável. Impossível passar pelos Estados Unidos sem cair em um fast food sequer. Para isso, escolhemos um que ainda não tem aqui: Five Guys. Uma delicia, o verdadeiro gosto americano da fritura crocante e oleosa.
Já os jantares mais elaborados nos surpreenderam, não exatamente pela comida. No Barton G., por exemplo, não tínhamos ideia de que o grande chamariz seriam as coisas loucas que acompanham os pratos. Garfos gigantes, máquinas de pipoca, torradeiras, algodão doce. Tudo bem lúdico e que contrasta com o ambiente sisudo e formal. Você nunca sabe o que acompanhará seu pedido. Já para a comida, a avaliação não é tão boa. Nada de excepcional.
O restaurante Versailles, em Little Havana, é especializado em comida cubana, apesar do nome do palácio francês. Lá a porção é gigante. Se estiver em dois, vale a pena poupar uns dólares e pedir um prato só. E quem está escrevendo isso é um gordinho esfomeado.
No entanto, uma das melhores experiências gastronômicas que tivemos foi no restaurante Abe & Louie's, em Boca Raton, a caminho de Orlando. A salada de entrada, por si só, já era maravilhosa. Nem deu tempo de registrar com fotos.

Na casa do Mickey
Depois de quase um dia viajando, finalmente chegamos ao portão "Welcome to the Walt Disney World - Where your dreams come true". 
A Disney é um terreno de 12 mil hectares, então é impensável passear por lá sem transporte. Há rodovias dentro do complexo. Alugamos um carro para tal missão, mas eles oferecem ônibus gratuitos também, se não se importar com filas. 
Chegamos ao hotel, fizemos o check-in, que já te despeja um balde de magia, e no dia seguinte teríamos nosso primeiro encontro com os parques.

Food & Wine
O Epcot estava promovendo um festival maravilhoso chamado Food & Wine, com comidas e bebidas de várias nacionalidades. 
A banquinha brasileira tinha escondidinho e pão de queijo, mas piramos mesmo nas cervejas de outros países. Nunca tinha imaginado ficar bêbado na Disney!

Alimentação na Disney
Fechamos um pacote que incluía o dining plan, logo poderíamos comer nos restaurantes dos parques. Entre eles, o Be Our Guest, que é o castelo da Bela e a Fera, e o Royal Table, dentro do castelo da Cinderela. 
Não há nenhum prato memorável, mas o que vale é a experiência e fugir do fast food. A maioria dos restaurantes são temáticos e têm personagens, então tudo fica ainda mais mágico.
Se eu fosse escolher meus preferidos, seria o Mama MelRose's, do Hollywood Studios, California Grill, dentro do Contemporary Resort, o Be Our Guest, do Magic Kingdom e Chefs de France, do Epcot. O Royal Table é fantástico pela experiência, mas eles não têm bebidas alcoólicas (o que inclui vinhos) e a refeição não tem nada de especial. Vale pelas fotos com diversas princesas.

Happy Halloween
Participamos de duas festas de halloween: a do Universal Studios e a do Magic Kingdom, que chama Mickey's not so scary halloween party. A primeira é terror mesmo, do tipo de encontrar monstros da serra elétrica na rua e sair gritando, desesperadamente. 
Os labirintos de The Walking Dead e do Exorcista quase me mataram do coração, pois são muito bem feitos. 
Já o da Disney é aquele de colher doces pelo parque, e com uma parada com os vilões, chamada de Boo to You. 
Tem um show de fogos no castelo especial para o halloween e o parque fica aberto até meia-noite. 
O mais legal na festa da Disney é ver os visitantes fantasiados, dá para entrar no clima mesmo. Por essa razão, foi minha favorita (fora que a música da parada não saiu da minha cabeça até hoje).

Montanha-russa
Acho importante frisar, até porque prometi no texto anterior, que na Disney não há montanhas-russas emocionantes. Mas também não é um grande parque da Mônica, como já me disseram. 
Há brinquedos divertidos e emocionantes, mas o intento do Walt Disney ao criá-lo era que a família pudesse se divertir em conjunto. Dessa forma, por mais legal que seja um brinquedo, ele não será extremamente radical.
As montanhas-russas mais emocionantes que conhecemos estão no Sea World e Busch Gardens. Coisas que nunca tínhamos visto, como carrinhos na horizontal ou trava de segurança apenas nas pernas. Os parques da Universal pesam bastante em simulador 3D e 4D . Há algumas rides imperdíveis por lá, como a Dragon Challenge, do Harry Potter, ou a The Revenge of the Mummy, mas não é o forte deles.

Essa foi uma das melhores viagens que já fiz na vida, depois da Europa. Eu já tinha vistado Orlando em 2012, mas sozinho e por apenas alguns dias. A experiência é outra, com certeza. 
Quem acompanha o blog, sabe o quanto sempre fui fã da magia Disney, desde que nem podia sonhar em assistir aos desenhos em casa pela falta de grana. Já estou contando os dias e as parcelas que faltam para pagar para retornar, o mais breve possível.



Let the magic begin <3 p=""> :)

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