Carta ao Igor Kiyoshi

Atenção, as linhas abaixo contêm gírias internas, rasgação de seda e declarações. Se não estiver preparado, pare por aqui.

Quando se trabalha com escrita, qualquer carta ou lista de compras torna-se uma tarefa árdua. Sempre quero dar o the Best of Me, mesmo que seja em um texto banal. É tão difícil encontrar palavras para escrever com um nível de autocrítica elevado à velocidade 5 da dança do créu. Estou olhando para essa Blank Page há uns dez minutos. Escrevi, apaguei, escrevi e apaguei de novo. Tentei até começar com letra de música ou aquelas mensagens “dizem que a amizade blá blá blá”, mas ia ficar tão genérico que eu não me identificaria. Preciso ser autêntico como a Valesca.
Faltam sete minutos para começar o programa Esse Artista Sou Eu com a maravilhosa Vanessa Jackson. Quer dizer, na margem de erro do SBT, falta uma meia hora ainda. Como eu não quero ver o Ratinho fica mais fácil. Vou até colocar uma música para me inspirar. Pode ser Thalía? O Christian acabou com ela semana passada. Mesmo você não gostando, ela me inspira. Prometo que não vou deixar me influenciar, tá?
O whatsapp não para de apitar é o novo “telefone chama sem parar, existe um fio de esperança em mim”! Coloquei no silencioso.
Sabe, amigo. Eu não sei como estaremos depois de amanhã. Aliás, não sei como estarei na próxima hora, que dirá daqui a dois dias. Eu só sei que, pelos planos, você estará em Belém, bebendo da água de Joelma e Gaby, e eu em São Paulo, comprando o ingresso para o show da Aline Wirley.
O que eu quero dizer é que já tive colegas que duraram uma eternidade, sem nunca subirem o degrau da amizade. Já tive amizades intensas que duraram no máximo um ano. Já tive inimizades eternas que se mantiveram assim mesmo. Não, não me tornei amigo de inimigos #aloka, não que eu me lembre. Mas enfim, o ponto é:
Há cerca de um ano eu fui te encontrar na Paulista. Não sabia ao certo o que rolaria ainda. Só tinha te visto uma vez no show da Kelly Clarkson (eu precisava citar o nome dela aqui, desculpa), em 2012. De lá para cá nos falávamos esporadicamente pelo Facebook, até que você deu o seu Breakaway de Brasília, largou a Dilma e veio para cá.
Quando conversamos naquela lanchonete da Augusta, que eu não lembro o nome, mas sei que vende açaí, percebi que tínhamos mais em comum do que eu imaginava. Mesmo assim, nos encontros subsequentes eu não sabia no que aquilo ia dar. Mais do que um relacionamento relâmpago, eu não acreditava em amizades relâmpago.
Sempre achei que isso só se cultivava com muita confiança, tempo, amor, dedicação etc. Mas nossa identificação foi tão forte que de repente eu não me via fazendo mais nada se não te ligasse antes. Que doideira. Eu já tinha me sentido assim com outros amigos, devidamente casados e noivos na ocasião, o que deixava ainda mais espaço para que nos perdêssemos nos embalos dos hambúrgueres e karaokês por aí.
Nesse mesmo um ano venho passando por conflitos internos de autoafirmação que só têm feito muito bem à autoestima, que eu achava que nem existia, mas estava lá, encrustada, esperando um voto de confiança. E você me fez encontrar isso.
Everybody needs inspiration (Miley) e você foi uma das minhas. Além de me apresentar outras pessoas inspiradoras que me mostraram que eu sou beautiful, não matter what eles digam.
Se eu citar uma música agora fica brega? Dane-se, vou colocar mesmo assim:
“Somehow my clouds disappeared, somehow I made it here. Maybe just so you could hear me say: The sun will rise”. É isso amigo. Não estaremos por perto pelos próximos meses, mas saiba que te amo e agradeço por tudo que fez por mim sem saber ;). Ainda bem que Deus inventou a internet e o telefone!

Agora, meia hora depois, começou o programa. Vamos assistir.

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