Durante etapa brasileira da The MDNA Tour, Madonna revisita os 30 anos de carreira e mostra que ainda tem muito a ensinar para as novatas
“There’s only one queen, and that’s Madonna!”. A frase foi dita por Nicki Minaj no telão da The MDNA Tour, durante sua participação na música I Don’t Give A, e reflete perfeitamente o que Madonna quis mostrar em sua mais recente turnê, que passou pelo Brasil em dezembro: ainda não é a hora de passar a coroa adiante.
Madonna nunca teve a melhor voz, mas sabe compensar isso como ninguém. Em seus 30 de carreira, muitas transformações ocorreram na música pop e a cantora foi responsável por influenciar grande parte delas. As três décadas de sucesso foram relembradas no decorrer do show, que misturou o pop polêmico dos anos 80 (Papa Don’t Preach, Express Yourself, Like a Prayer) com os hits eletrônicos do último álbum MDNA (Give me all your luvin’, Girl Gone Wild, Turn up the radio), com uma perfeição que poucas conseguiriam fazer.
No segundo show em Sâo Paulo, no dia 5 de dezembro, a cantora parecia disposta a diminuir o atraso das duas primeiras apresentações (Rio e São Paulo), já que a atração de abertura entrou no palco por volta de 20:30h. Uma hora depois a material girl poderia ter começado sua apresentação, se não fosse a chuva torrencial que acalmou o calor que abafava os 50 mil espectadores no estádio do Morumbi e colocou toda a equipe técnica para trabalhar. Rodos e panos entraram em cena para que o escorregão de 2008, na Sticky & Sweet Tour, no Rio de Janeiro, não se repetisse. Muito tempo depois disso, uma voz anunciou que o show atrasaria devido ao mau tempo. Nisso, a arquibancada já havia se deleitado em uma vaia em forma de “ola”.
Fuck the rain!
O show começou, enfim, às 23h. Logo no início do espetáculo, um dos temas preferidos da popstar foi levado ao público: religião. A primeira aparição de Madonna no show é apenas sua sombra ajoelhada, pedindo perdão a Deus pelos seus pecados, dentro de uma grande estrutura, dando início à performance de Girl Gone Wild.
Um dos momentos mais polêmicos do show, sem dúvida, é a sequência de Revolver e Gang Bang, em que a cantora e os dançarinos utilizam armas e cenas de violência coreografadas. Nos EUA a cantora teve que se explicar sobre esse número. A performance parece um filme, que poderia muito bem ter sido dirigido por Quentin Tarantino.
A provocação à Lady GaGa também estava lá. O medley Express Yourself, Born this way (da Lady Gaga, acusada de plágio) e She’s not me levantou a plateia. Durante a performance de Give me all your luvin’, a banda entrou suspensa por cordas, em uma das grandes inovações da The MDNA Tour.
Madonna agradeceu aos súditos pela paciência e por esperarem na chuva, desculpando-se pelo atraso. Enquanto cantava Masterpiece, antes do verso final, ela repetiu várias vezes “Fuck the rain”, arrancando (ainda mais) gritos da plateia. Para recompensar o público presente, a cantora incluiu Holiday na setlist do show, mas deixou Like a Virgin e Love Spent de lado, para decepção dos fãs.
Madonna safadinha
Como já é de costume na turnê, Madonna escreveu uma palavra em suas costas. Enquanto nos EUA ela usava o espaço para prestar apoio à campanha presidencial de Barack Obama, ou pedir respeito, aqui no Brasil as palavras escolhidas até então foram “periguete” no Rio de Janeiro, e “safadinha”, em São Paulo.
Sem dúvidas, o momento mais contagiante da apresentação foi Like a Prayer. Um coral de igreja entrou em cena para acompanhar Madonna, e foi ajudado por todo o público do Morumbi a entoar cada verso do hino dos anos 1980, que levou os saudosistas ao delírio.
Era visível que o público presente na apresentação nem se lembrava mais do atraso ou da chuva perto da uma da manhã, quando as luzes do estádio voltaram a se acender. A emoção de estar diante da cantora que abriu as portas pelas quais passaram Britney Spears, Christina Aguilera, Rihanna e mais recentemente Lady GaGa compensou todo o sofrimento. Madonna mostrou ter tanto (ou mais) fôlego que qualquer uma das novatas para cantar (e desafinar, como na nota mais alta de Turn up the radio) e dançar durante todo o tempo. E isso tudo aos 54 anos! Não haveria frase melhor para terminar esse texto do que: vida longa à rainha!
Setlist do show:
Act of Contrition / Girl Gone Wild
Revolver
Gang Bang
Papa Don’t Preach
Hung Up
I Don’t Give A
Best Friend / Heartbeat (INTERLUDE)
Best Friend
Express Yourself
Turn Up The Radio
Give Me All Your Luvin’
Open Your Heart
Masterpiece
Holiday
Justify My Love (INTERLUDE)
Vogue
Candy Shop
Human Nature / Erotica
Nobody Knows Me (INTERLUDE)
I’m Addicted
I’m A Sinner
Like A Prayer
Celebration
Comentários
Postar um comentário