Venho de uma criação católica, aquela que há alguns anos militava pelo PT descaradamente, quando o assunto era política, e aquela, também, que tem inventado algumas versões, no mínimo, curiosas sobre o câncer adormecido de Dilma.
Prometi para mim mesmo que não iria me deixar influenciar por essa veia católica antiga que ainda corre em mim. Tão antiga que não tolera a Renovação Carismática, a qual considero muito atual para o meu conservadorismo. Nem ao menos fui com a cara da candidata do PT quando Lula a nomeou em 2008. Pois bem, pensei em outras opções.
Sou paulistano, nascido e criado aqui. Isso impede a mim e a maioria das pessoas que conheço de confiar um voto ao PSDB, pois toda a política que me lembro por aqui é deles. É inaceitável não ter metrô na periferia. Quando digo periferia não me refiro a Corinthians Itaquera e sim a São Mateus, por exemplo. Tem muita cidade ainda depois do fim da linha.
Não é só o transporte que me faria depôr contra o PSDB. Eu poderia discursar o dia todo sobre isso. A educação é mais do que decadente. Nunca existiram duas professoras em todas as salas de aula, quando muito há uma. A progressão continuada foi o maior ato egoísta já feito: diminui os custos da escola com o aluno repetente e o joga no mercado sem saber ler!
Nem todos os alunos são bonzinhos e interessados como a campanha mostra. A base da família brasileira está deteriorada há muito tempo e quem foi aluno nas últimas décadas sabe o que eu estou falando.
A Marina seria uma boa opção também. Era nela o meu voto, assim fugiria da Dilma e nem cogitava a opção de votar no Serra. Ela tinha tudo para me fazer feliz não fosse seu discurso morno e covarde de propor plebiscito para tudo e ainda, apoiar a progressão continuada.
Plebiscito não funciona por aqui, dona Marina. Basta vez o papel ridículo que os brasileiros fizeram no último que tivemos contra a legalização das armas. Acha bonito?
Pois bem. Sou beneficiado pelo governo Lula. Graças às suas iniciativas fiz minha faculdade com bolsa do ProUni. Também por mérito dessa faculdade, viajei no último ano para Manari, interior de Pernambuco, que até pouco tempo atrás detinha o menos IDH do país. Lá, onde a prefeitura do PSDB não consegue levar empresas para gerar empregos, o que coloca comida na mesa das pessoas é o Bolsa Família. A mortalidade infantil lá foi drasticamente reduzida devido a isso.
Concordo que o programa não pode acomodar as pessoas. É necessário buscar uma extensão do projeto e capacitar o beneficiado para fazer a sua própria renda. Acho que esse deve ser o próximo passo e isso não se resolve com FATECs em massa pelo país.
Como zelo pela democracia, distribuirei meus votos em candidatos que acredito e não em partidos. Voto Dilma (PT) para presidente, Mercadante (PT) governador, Marta (PT) e Ricardo Youg (PV) senadores, Luiza Erundina (PSB) deputada federal e Raul Marcelo (PSOL) deputado estadual.
Não quero induzir o voto de ninguém. Só achei necessário expor as razões reais de votar consciente. A Marina representa o novo? É claro que sim, mas antes ela tem que tomar coragem de decidir as coisas e não jogar tudo na mão do povo.
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